O Trairiense não é apenas o lanterna do Campeonato Cearense. Há outras preocupações maiores no clube. O caçula da competição é o único - após oito rodadas - a ter receita deficitária. Ao todo, o Trairiense já soma déficit de R$ 4.215,82.
Grande parte deste prejuízo deve-se ao fato do time não estar atuando no Estádio Barrosão, na cidade de Trairi. No dia 27 de janeiro, o Ministério Público Estadual recomendou, após vistorias, que a Prefeitura da cidade fizesse alterações no estádio para garantir a segurança necessária a receber jogos com torcida. A Federação Cearense de Futebol (FCF) acatou imediatamente a recomendação, na semana em que o Trairiense receberia o Fortaleza. Resultado: partida adiada e Barrosão fechado até que fossem providenciados novos laudos de segurança.
- O time sofreu muito por causa disso. E isso é a consequência de muita arbitrariedade. Acho que foram muito duros conosco. Na verdade, infelizmente, time pequeno sofre. Nós estamos lá embaixo da tabela por causa disso - afirmou o secretário de esporte de Trairi, Márcio Alves.
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| Estádio Barrosão, em Trairi, voltará a receber jogos (Foto: Evaldo Santos / Divulgação Trairiense) |
O time de Trairi jogou em casa apenas nas 2ª e 3ª rodadas. No dia 22 de janeiro, perderam para o Guarani de Juazeiro por 2 a 0. Nesta partida, o clube teve lucro de R$ 1.885,96. No dia 25, atuaram novamente no Barrosão em mais uma derrota: 4 a 3 para o Horizonte. De quebra, o time teve o primeiro déficit de renda de R$ 829,42.
De lá para cá, o Trairiense atuou como mandante em mais duas partidas. No entanto, ambas foram em outras cidades. Contra o Crato, no dia 1º de fevereiro, jogou no Estádio do Junco, em Sobral, onde empatou em 1 a 1. No último dia 12, enfrentou o Guarany de Sobral, em Itapipoca, e venceu sua única partida até aqui: 4 a 1.
Destas partidas como mandante, mas jogando fora, foram quatro importantes pontos conquistados, mas um déficit de R$ 3.056,89 (em Sobral) e de R$ 2.215,47 (em Itapipoca).
- Você tem que ver que, além dos gastos com aluguel do Estádio, confecção dos ingressos, arbitragem, a gente anida tem que pagar o deslocamento, hospedagem dos atletas. Enfim, é uma série de gastos a mais que tornam esse déficit ainda muito maior do que o que é apresentado no borderô do jogo - ressalta Márcio Alves.
Para poder cobrir esses gastos, o Trairiense conta com patrocínios da Prefeitura e de uma empresa de energia eólica. Segundo o secretário de esporte de Trairi, a folha salarial do time e comissão técnica está em torno de R$ 60 mil por mês. O clube vem lutando para se manter financeiramente, mesmo com os contratempos da falta de renda e de público em jogos.
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- A gente vai procurando parceria financeira, dá um jeito aqui e outro acolá e vamos nos mantendo. Temos ainda as pessoas que ajudam aqui a fazer o futebol. O importante é que não estamos em dívida com os atletas ou comissão técnica. A folha aqui é toda em dia - garantiu o secretário.
Na última semana, após a apresentação de todos os novos laudos de segurança, o Barrosão foi liberado para receber jogos com a presença de público. A Prefeitura de Trairi tentou levar o jogo contra o Fortaleza, que ocorreu no último sábado, para marcar a reabertura do estádio. No entanto, o Regulamento Geral das Competições da FCF pede que qualquer mudança de data ou local de jogos ocorra com um prazo mínimo de 10 dias de antecedência.
Não houve tempo hábil para a mudança. O Trairiense agora deve jogar no Barrosão contra o Ceará, na 12ª rodada. A partida é aguardada com ansiedade pelo clube, que vê no jogo contra o Vovô a esperança de recuperar as rendas perdidas anteriormente.
- Nossa expectativa é esse jogo contra o Ceará. Um time grande sempre atrai bastante. Vamos recuperar a renda nesse jogo. E tenho certeza que nós ainda vamos nos recuperar na tabela em cima dos outros times, porque nós temos qualidade e força para dar a volta por cima - afirmou Marcio Alves.
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| Trairiense quer recuperar rendas em jogo contra o Ceará (Foto: Kid Júnior/Agência Diário) |
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